Galeria na Casa da
Cultura destaca as primeiras-damas de Monte Azul
Alini Fuloni
Uma justa homenagem com a lembrança dos
trabalhos desenvolvidos pela primeira-dama de Monte Azul, D. Marlene Maria
Matta Blanco (in memoriam). Esta é a opinião do ex-prefeito Francisco de Assis
Livólis Blanco (1969 a 1972, 1989 a 1992 e 1997 a 2000) sobre a inauguração da
Galeria das Primeiras-Damas "Otacília Patrício Arroyo", na semana
passada, com exposição na Casa da Cultura do acervo histórico de 21 mulheres
que fizeram parte da história monteazulense.
"Uma lembrança boa e justa. As
primeiras-damas passaram a ter essa função social de uns tempos para cá, porque
antes não tinha. A Marlene foi muito além nestas três administrações. Ensinou
bordado, culinária, enfim, buscou muitos cursos para capacitar a população e
projetos que beneficiam a cidade até hoje, especialmente crianças. Todos que
encontro na rua me cumprimenta pela esposa", diz orgulhoso o ex-prefeito
Assis.
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Chico Matta e Carina Blanco na homenagem prestada à Marlene Matta Blanco, na Galeria das Primeiras-Damas. (Foto – Divulgação) |
O filho Francisco Assis Matta Blanco, o
Chico, lembra que nas três administrações do pai, os recursos eram poucos. Por
isso, D. Marlene buscava outros meios junto a comunidade para a realização de
campanhas. “Ela também sempre procurava os familiares, principalmente os irmãos,
para apoio e ajuda”, recorda Chico Matta.
A Galeria das Primeiras-Damas
"Otacília Patrício Arroyo" visa a valorizar a memória e a
participação feminina na sociedade e na política municipal, também atendendo a
Lei 1.430, de 2014, que prevê fundamentar um registro histórico da presença
feminina na política, assim como há na Câmara Municipal com a galeria de
prefeitos.
O neto de D. Marlene, Fábio Rodas
Blanco, lembra que um "povo que não conhece seu passado fica perdido na
história, à mercê dos tempos. A melhor maneira de saber o passado é conhecer a
história de vida daqueles que transformaram a sociedade. E esta galeria vai ao
encontro desse objetivo por incentivar o povo a conhecer, através do seu
passado, a história de figuras que marcaram a sociedade".
A nora Carina Teixeira Blanco aprova a
iniciativa da Galeria das Primeiras-Damas. "A esposa do prefeito trabalha
até muito mais que outros cargos e este merecido reconhecimento era necessário.
A D. Marlene, em especial, era uma verdadeira dama e merece esse título por ter
sido uma grande mulher em todos os sentidos. Me ensinou muita coisa: a ser
forte e saber lutar diante das grandes dificuldades, como a vi fazendo muitas
vezes", enaltece.
Conselho
Tutelar: uma conquista
Dentre os projetos, Chico Matta,
destaca a implantação do Conselho Tutelar que, em todo o Estado, Monte Azul foi
a segunda cidade a implantar o órgão de proteção aos direitos da criança e do
adolescente. "É um orgulho esta conquista para nossa cidade", diz
Chico Matta. A ideia, em 1991, foi aderida pelo saudoso Dr. Toninho Siqueira, o
recém-chegado promotor Marcus Túlio Alves Nicolino, juntamente com a então
presidente do Fundo Social de Solidariedade, D. Marlene Matta Blanco.
O promotor Marcus Túlio, que hoje atua
em Ribeirão Preto, lembra que a primeira eleição teve a participação de mais de
4 mil eleitores após campanha de conscientização da importância do Conselho
Tutelar ao município. "Foi um momento bastante profícuo de criação do
órgão e a participação da comunidade. Ao longo do tempo o conselho só foi se
aprimorando e realiza um grande trabalho na cidade", recorda o promotor.
Marcus Túlio também enaltece a
dedicação de vários segmentos para a implantação do Conselho Tutelar.
"Você não consegue realizar um bom trabalho sem esse envolvimento com
todos os segmentos. Se não tiver comunidade, os órgãos públicos municipais,
Ministério Público local e Judiciário entrosados nessa questão, você não
consegue desempenhar um bom papel", explica o promotor.
Em 2012, D. Marlene Blanco concedeu entrevista
ao Informe Blancocitrus e lembrou-se das dificuldades na época em que a cidade
ganhava um órgão de proteção a criança e ao adolescente. "Acho que foi
muito bom para Monte Azul. Tivemos dificuldades, mas até que funcionava bem.
Era tudo certinho desde o início, com presidente, secretário e muitas pessoas
envolvidas. Naquela época o conselheiro dormia no próprio prédio e, mesmo
assim, alguns ficavam prontos com celular, em casa, para o caso de haver alguma
ocorrência", destacou a ex-presidente do Fundo Social.
Reflexão da semana: “Não existe o esquecimento total, as pegadas
impressas na alma são indestrutíveis” – Thomaz De Quincey
(Publicação do
Informe Blancocitrus Imóveis, edição de 9 de maio, jornal acidade, de Monte
Azul)