quarta-feira, 13 de maio de 2015

D. Marlene Matta Blanco: muito além do papel social

Galeria na Casa da Cultura destaca as primeiras-damas de Monte Azul

Alini Fuloni

Uma justa homenagem com a lembrança dos trabalhos desenvolvidos pela primeira-dama de Monte Azul, D. Marlene Maria Matta Blanco (in memoriam). Esta é a opinião do ex-prefeito Francisco de Assis Livólis Blanco (1969 a 1972, 1989 a 1992 e 1997 a 2000) sobre a inauguração da Galeria das Primeiras-Damas "Otacília Patrício Arroyo", na semana passada, com exposição na Casa da Cultura do acervo histórico de 21 mulheres que fizeram parte da história monteazulense.
"Uma lembrança boa e justa. As primeiras-damas passaram a ter essa função social de uns tempos para cá, porque antes não tinha. A Marlene foi muito além nestas três administrações. Ensinou bordado, culinária, enfim, buscou muitos cursos para capacitar a população e projetos que beneficiam a cidade até hoje, especialmente crianças. Todos que encontro na rua me cumprimenta pela esposa", diz orgulhoso o ex-prefeito Assis.
Chico Matta e Carina Blanco na homenagem prestada
à Marlene Matta Blanco, na Galeria das Primeiras-Damas.
 (Foto – Divulgação)
O filho Francisco Assis Matta Blanco, o Chico, lembra que nas três administrações do pai, os recursos eram poucos. Por isso, D. Marlene buscava outros meios junto a comunidade para a realização de campanhas. “Ela também sempre procurava os familiares, principalmente os irmãos, para apoio e ajuda”, recorda Chico Matta.
A Galeria das Primeiras-Damas "Otacília Patrício Arroyo" visa a valorizar a memória e a participação feminina na sociedade e na política municipal, também atendendo a Lei 1.430, de 2014, que prevê fundamentar um registro histórico da presença feminina na política, assim como há na Câmara Municipal com a galeria de prefeitos.
O neto de D. Marlene, Fábio Rodas Blanco, lembra que um "povo que não conhece seu passado fica perdido na história, à mercê dos tempos. A melhor maneira de saber o passado é conhecer a história de vida daqueles que transformaram a sociedade. E esta galeria vai ao encontro desse objetivo por incentivar o povo a conhecer, através do seu passado, a história de figuras que marcaram a sociedade".
A nora Carina Teixeira Blanco aprova a iniciativa da Galeria das Primeiras-Damas. "A esposa do prefeito trabalha até muito mais que outros cargos e este merecido reconhecimento era necessário. A D. Marlene, em especial, era uma verdadeira dama e merece esse título por ter sido uma grande mulher em todos os sentidos. Me ensinou muita coisa: a ser forte e saber lutar diante das grandes dificuldades, como a vi fazendo muitas vezes", enaltece.

Conselho Tutelar: uma conquista

Dentre os projetos, Chico Matta, destaca a implantação do Conselho Tutelar que, em todo o Estado, Monte Azul foi a segunda cidade a implantar o órgão de proteção aos direitos da criança e do adolescente. "É um orgulho esta conquista para nossa cidade", diz Chico Matta. A ideia, em 1991, foi aderida pelo saudoso Dr. Toninho Siqueira, o recém-chegado promotor Marcus Túlio Alves Nicolino, juntamente com a então presidente do Fundo Social de Solidariedade, D. Marlene Matta Blanco.
O promotor Marcus Túlio, que hoje atua em Ribeirão Preto, lembra que a primeira eleição teve a participação de mais de 4 mil eleitores após campanha de conscientização da importância do Conselho Tutelar ao município. "Foi um momento bastante profícuo de criação do órgão e a participação da comunidade. Ao longo do tempo o conselho só foi se aprimorando e realiza um grande trabalho na cidade", recorda o promotor.
Marcus Túlio também enaltece a dedicação de vários segmentos para a implantação do Conselho Tutelar. "Você não consegue realizar um bom trabalho sem esse envolvimento com todos os segmentos. Se não tiver comunidade, os órgãos públicos municipais, Ministério Público local e Judiciário entrosados nessa questão, você não consegue desempenhar um bom papel", explica o promotor.
Em 2012, D. Marlene Blanco concedeu entrevista ao Informe Blancocitrus e lembrou-se das dificuldades na época em que a cidade ganhava um órgão de proteção a criança e ao adolescente. "Acho que foi muito bom para Monte Azul. Tivemos dificuldades, mas até que funcionava bem. Era tudo certinho desde o início, com presidente, secretário e muitas pessoas envolvidas. Naquela época o conselheiro dormia no próprio prédio e, mesmo assim, alguns ficavam prontos com celular, em casa, para o caso de haver alguma ocorrência", destacou a ex-presidente do Fundo Social.

Reflexão da semana: “Não existe o esquecimento total, as pegadas impressas na alma são indestrutíveis” – Thomaz De Quincey


(Publicação do Informe Blancocitrus Imóveis, edição de 9 de maio, jornal acidade, de Monte Azul) 

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