Pedido de suspensão será
analisado por juiz de Monte Azul
Alini Fuloni
Nesta sexta-feira, 20, o juiz Ayman Ramadan deve se pronunciar
sobre o pedido de suspensão do processo de recuperação judicial formulado pelo
grupo Antonio Ruette Agroindustrial, na última semana de fevereiro, junto à
Vara de Monte Azul Paulista. O caso corre em segredo de Justiça, segundo a vice-presidente
do Conselho de Administração, Regina Maria Porto Ruette Aspásio.
Para suspender o pedido de proteção judicial, o grupo
sucroalcooleiro está negociando acordo com os credores - bancos. “A negociação
continua e, se ambas as partes de entenderem, não será necessário o processo, o
que seria melhor para a Justiça e a região”, adianta a vice-presidente Regina
Aspásio.
O acordo prevê a suspensão por 90 dias de qualquer contestação de
dívida por parte dos credores, prorrogável por mais 90 dias. Neste prazo, as
duas usinas de cana da companhia, em Paraíso e Ubarana, serão colocadas à venda
para pagamento dos credores. As terras do grupo não estão incluídas no acordo,
segundo o JornalCana, em confirmação de Joel Thomaz Bastos, do escritório Dias
Carneiro Advogados.
Grupo Ruette faz acordo com bancos para suspender proteção judicial. (Foto – Arquivo) |
Com capacidade de moagem de 3,6 milhões de toneladas por safra, o
grupo, conforme estimativas, pode colocar as duas unidades à venda por cerca de
R$ 600 milhões. Esse é o montante avaliado pela dívida bancária. Já outros R$
120 milhões são estimados pelos mais de mais 2 mil hectares cultivados com
cana-de-açúcar.
A principal usina do grupo, em Paraíso, processa 2,3 milhões de toneladas
de cana por safra, produz açúcar e etanol e cogera energia a partir do bagaço.
Está na mesma região de unidades de outras empresas do segmento, como a
asiática Noble e a Guarani (Tereos Internacional).
Controlada por Antonio Ruette, o grupo pediu
recuperação judicial menos de 20 dias após receber recursos de credores que
haviam analisado o balanço auditado da empresa sem perceber sinais de falta de
liquidez, segundo o Valor Econômico. “Por isso, os mais de 25 bancos e fundos
que integram a carteira de credores resolveram acionar a Justiça para impedir
que o pedido fosse aceito”, consta na reportagem de Fabiana Batista.
Diante de contestações dos credores, o juiz da Vara de Monte Azul
determinou perícia nos dados apresentados pela Ruette. O perito concluiu que a
recuperação era cabível. Foi quando o acordo começou a ser costurado.
O grupo Ruette justifica a decisão de proteção judicial por causa
da crise no setor sucroalcooleiro e, mesmo assim, as atividades continuam nas
unidades, não prejudicando salário ou serviço.
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