sábado, 21 de março de 2015

Ruette negocia dívidas com credores

Pedido de suspensão será analisado por juiz de Monte Azul

Alini Fuloni

Nesta sexta-feira, 20, o juiz Ayman Ramadan deve se pronunciar sobre o pedido de suspensão do processo de recuperação judicial formulado pelo grupo Antonio Ruette Agroindustrial, na última semana de fevereiro, junto à Vara de Monte Azul Paulista. O caso corre em segredo de Justiça, segundo a vice-presidente do Conselho de Administração, Regina Maria Porto Ruette Aspásio.
Para suspender o pedido de proteção judicial, o grupo sucroalcooleiro está negociando acordo com os credores - bancos. “A negociação continua e, se ambas as partes de entenderem, não será necessário o processo, o que seria melhor para a Justiça e a região”, adianta a vice-presidente Regina Aspásio.
O acordo prevê a suspensão por 90 dias de qualquer contestação de dívida por parte dos credores, prorrogável por mais 90 dias. Neste prazo, as duas usinas de cana da companhia, em Paraíso e Ubarana, serão colocadas à venda para pagamento dos credores. As terras do grupo não estão incluídas no acordo, segundo o JornalCana, em confirmação de Joel Thomaz Bastos, do escritório Dias Carneiro Advogados.
Grupo Ruette faz acordo com bancos
 para suspender proteção judicial. (Foto – Arquivo)
Com capacidade de moagem de 3,6 milhões de toneladas por safra, o grupo, conforme estimativas, pode colocar as duas unidades à venda por cerca de R$ 600 milhões. Esse é o montante avaliado pela dívida bancária. Já outros R$ 120 milhões são estimados pelos mais de mais 2 mil hectares cultivados com cana-de-açúcar.
A principal usina do grupo, em Paraíso, processa 2,3 milhões de toneladas de cana por safra, produz açúcar e etanol e cogera energia a partir do bagaço. Está na mesma região de unidades de outras empresas do segmento, como a asiática Noble e a Guarani (Tereos Internacional).
Controlada por Antonio Ruette, o grupo pediu recuperação judicial menos de 20 dias após receber recursos de credores que haviam analisado o balanço auditado da empresa sem perceber sinais de falta de liquidez, segundo o Valor Econômico. “Por isso, os mais de 25 bancos e fundos que integram a carteira de credores resolveram acionar a Justiça para impedir que o pedido fosse aceito”, consta na reportagem de Fabiana Batista.
Diante de contestações dos credores, o juiz da Vara de Monte Azul determinou perícia nos dados apresentados pela Ruette. O perito concluiu que a recuperação era cabível. Foi quando o acordo começou a ser costurado.
O grupo Ruette justifica a decisão de proteção judicial por causa da crise no setor sucroalcooleiro e, mesmo assim, as atividades continuam nas unidades, não prejudicando salário ou serviço.
  
Matéria publicada na edição de 18 de março de 2015, no jornal acidade, de Monte Azul e região. Assine já: (17) 3361-2610.

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